Carta enviada aos Coríntios por Clemente I de Roma por volta do ano 96 (Trechos)
[…] como nos foi dado intuirmos as profundezas do divino intelecto, é nosso dever cumprir em boa ordem tudo aquilo que o Senhor nos ordenou fazer, de acordo com os tempos estabelecidos.
Ele ordenou que as oblações e as funções litúrgicas fossem realizadas não de modo confuso e desordenado, mas em tempos e horas determinados.
Ele estabeleceu, com sua suprema autoridade, onde e por quem devem ser celebradas, para que todas as coisas, feitas em santidade segundo o seu beneplácito, sejam agradáveis à sua vontade.
Por isso, aqueles que apresentam suas oblações nos tempos a isso destinados são do seu agrado e felizes, porque, cumprindo as ordens do Senhor, não se desviam.
Pois ao sumo sacerdote foram confiadas suas funções litúrgicas próprias, aos sacerdotes foi marcado um lugar próprio e aos levitas cabem os seus serviços próprios; o leigo está ligado aos encargos leigos.
Cada um de nós, irmãos, cada qual na sua ordem, agrade a Deus, em boa consciência, sem transgredir a regra do seu próprio ministério, com dignidade…
Os apóstolos nos anunciaram o evangelho da parte do Senhor Jesus Cristo; Jesus, o Cristo, foi enviado por Deus.
O Cristo, portanto, foi mandado por Deus, e os Apóstolos pelo Cristo; as duas coisas aconteceram, pois, ordenadamente, segundo a vontade de Deus.
Os apóstolos, portanto, tendo recebido as instruções, plenamente seguros graças à ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo e confirmados na fé pela palavra de Deus, partiram, com a plenitude do Espírito Santo, para anunciar a boa nova de que o reino de Deus estava para chegar.
Então, pregando por regiões e cidades, iam estabelecendo as suas primícias como bispos e diáconos daqueles que haveriam de crer, depois de os provarem no Espírito.
A autoridade da Igreja de Roma
Nós vos escrevemos tudo isso par vos advertir…
Acolhei nosso conselho e não vos arrependereis.
Mas se alguns não obedecem àquilo que por Ele é dito através de nós, saibam que serão implicados numa culpa e num perigo não pequeno; nós porém, seremos inocentes desse pecado.
De fato, sereis motivo de alegria e regozijo se, obedecendo a quanto vos temos aqui exposto no Espírito Santo, cortardes pela raiz e fúria injustificável de vossa inveja, conforme o pedido de paz e concórdia que nesta carta fizemos.
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